E se a gente tivesse um dado que comprovasse que ainda tem esgoto a céu aberto nas ruas da Maré?
Esse tipo de pergunta já rolou muito por aqui e levou à criação do CocôZap, que é nosso projeto de monitoramento e incidência política sobre saneamento nas favelas. A gente estava vendo no dia a dia que a realidade das ruas nem sempre aparecia nos dados disponíveis sobre o assunto, isso quando havia dados, né…
Se assim como a gente você também já quis falar sobre um assunto e se deparou com a dificuldade de obter informações novas e relevantes, esse post é pra você. Aqui tem tudo para você começar no rolê de dados sem caô.
Mas tem dados?
Em boa parte das vezes os dados até existem. O problema consiste em ele estar disponível de um jeito que somente poucas pessoas (ou quase ninguém) consegue acessar. Daí, a gente que é mais leigo fica refém do Google e dos relatórios oficiais, que já vêm prontinhos.
Só que nem sempre a gente encontra as respostas que procuramos nesses relatórios, não é mesmo?! Ainda mais quando a gente quer dados menos genéricos, focar em território, raça, gênero e todos esses fatores que são fundamentais pra entender e disputar o mundo.
Ao longo desses quase seis anos de data_labe – uma organização que busca encontrar, produzir e distribuir dados – a gente buscou driblar esses obstáculos de acesso, com o apoio de muita gente braba que atua pela democratização do conhecimento. Salve, salve, Escola de Dados! E agora a gente compartilha com você uma ferramenta que te ajude a produzir seus conteúdos, reportagens e afins, baseados em dados, confere aqui:
Veio aí, o guia de Dados Sem Caô!
O guia Dados Sem Caô vai te ensinar a ir de uma pesquisa mais minuciosa no Google às bases abertas. Tudo bem no bê-a-bá, a partir das ferramentas que usamos no nosso dia a dia.
Por isso, a gente construiu essa metodologia a partir da análise de dados feita para o projeto “PCDs e Empregabilidade”, uma formação em jornalismo exclusiva para pessoas com deficiência que rolou no segundo semestre de 2021. Depois, validamos o passo a passo com um grupinho de milhões no galpinho, durante uma oficina com jovens de periferias da região metropolitana.
Agora, chegou a sua vez! Pega o computador, os caderninhos, põe uma folha de arruda na orelha direita (pra dar sorte) e bora aprender como tratar, analisar e distribuir dados.
Depois desse ritual, e quando cê já estiver sagaz nos códigos tuddo, vale experimentar ferramentas para comunicar os dados. Gráficos, mapas, nuvens de palavras, enfim, abuse da criatividade e o melhor: 0800.
Algumas ferramentas para vizualizações de dados
O Canva tem mais de 20 tipos gráficos profissionais e templates já prontos para você editar. Dá pra baixar os arquivos em alta definição ou incorporá-los a um post ou a uma apresentação.
O infogr.am também disponibiliza modelos prontos. A ferramenta possui mais variedade de templates do que o Canva.
Não precisa se intimidar com o inglês. Dá para manusear a plataforma de boas com o recurso de tradução pro português do seu navegador. O Flourish oferece templates dos gráficos mais tradicionais aos mais atrativos.
