NOME PRÓPRIO

 

Como os lugares ganham seus nomes? O que significa perpetuar a memória de um personagem, associando seu nome a um espaço público? Que histórias e silêncios esses gestos revelam?

Essas são algumas das perguntas que guiam o trabalho da artista suíço-haitiana Sasha Huber há mais de uma década. As questões são também o fio condutor da exposição “Nome Próprio” que está em cartaz no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, até o dia 27 de julho de 2019.

O data_labe foi convidado para ministrar uma oficina de podcast como atividade do programa público da exposição. O episódio #10 do data_lábia é resultado da oficina. A partir do trabalho da artista (e no meio da exposição), as/os participantes desenvolveram e gravaram o podcast com base em seus nomes, suas origens, afetos e ancestralidades.

Ficha técnica

Roteiro e Narração: Alex Teixeira, Andreia Santos, Edzita Sigo Viva, Fernanda Cavalcanti, Gilberto Vieira, Lorena Vicini, Ludmila Teixeira, Roberto Leão, Victor Silveira, William de Abreu.
Edição: Eloi Leones
Arte: Sasha Huber. Artista suíço-haitiana, nascida em Zurique, em 1975. Ela vive e trabalhaem Helsinki, Finlândia. Sensível aos fios que ligam a história e o presente, Huber preocupa-se com as políticas de memória e de pertença e emprega materiais de arquivo em sua prática. Seu interesse por esse tema ganhou corpo em 2007, quando a artista foi convidada pelo historiador Hans Fässlerin para integrar o comitê internacional Desmontando Louis Agassiz. Agassiz (1807-1873) foi um geólogo suíço, autor de teorias eugenistas que pautaram práticas de segregação racial na segunda metade do século 19. Nos anos 1860, ele percorreu o Rio de Janeiro e a Amazônia com a Expedição Thayer a fim de registrar homens e mulheres sob uma perspectiva evolucionista. Embora fortemente contestada, a trajetória científica de Agassiz segue perpetuando seu nome em diversos espaços públicos e formações geográficas na Nova Zelândia, Estados Unidos, Brasil e Suíça. Entre esses espaços, está o Monte Agassiz (Agassiz horn), localizado nos Alpes suíços. Foi ao seu topo, a mais de 3 mil metros de altura, que Sasha Huber subiu para homenagear Renty — congolês escravizado e um dos muitos homens escrutinados pela pesquisa racial de Agassiz. Nessa performance, que integra a exposição no Centro Helio Oiticica, a artista encena o ato de renomear o Monte Agassiz, chamando-o de Renty horn (MonteRenty).

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