DE QUARENTENA, RESTAURANTES SE ADAPTAM A ENTREGAS

Ainda assim, a previsão é de prejuízos; desemprego pode atingir mais de 6 milhões no ramo.

reportagem
Gabriella Mesquita (Énois)
Guilherme Petro (Énois)

edição
Jéssica Mota (Énois)

Desde semana passada os negócios de alimentação nas periferias das cidades estão tomando medidas de proteção para evitar a contaminação pelo Coronavírus. Depois da quarentena iniciada oficialmente nesta terça-feira (24) no estado de São Paulo, todos os bares, restaurantes e cafés foram obrigados a fechar as portas, funcionando apenas com sistemas de entrega e retirada no local.

Em Parelheiros, na Zona Sul, o @restaurantedamarlenesp, que funciona há mais de 20 anos na região, expandiu o sistema de entregas para sua segunda unidade e passou a fazer entregas também pelo aplicativo iFood. No Grajaú, a @pantchoshouse também iniciou o atendimento por meio dos aplicativos de entrega de comida, após uma semana de decisões difíceis e queda de público. “A estrutura aqui é bem pesada para manter apenas com o delivery. São 18 funcionários, diversos compromissos assumidos antes disso tudo, diversos prejuízos que já sabemos que vamos ter que absorver”, divulgou o estabelecimento em sua conta no Instagram.

Já na zona leste da cidade, em São Miguel Paulista, a Bia Souza e a Rafaela Souza do @_panelarte não tiveram como se adaptar e lamentam a interrupção dos trabalhos. Elas precisaram cancelar toda sua agenda de participação em eventos culturais e encomendas com grupos e coletivos parceiros da região de São Miguel. 

“A gente tinha eventos marcados com o Panelarte que a gente ia precisar de ajuda de pessoas de fora para cozinhar. Estava dando tudo certo, mas agora tudo parou! A maioria das pessoas com as quais o Panelarte trabalha são pessoas que estão nos espaços culturais. Grupos e coletivos que têm o fomento à cultura também pararam porque não tem o que fazer, foi tudo cancelado” diz Bia Souza, co-fundadora do Panelarte.

O cenário ainda é de incertezas no setor. Diversos restaurantes e profissionais começaram uma campanha para chamar a atenção do poder público para o risco de desemprego que pode atingir mais de 6 milhões de pessoas da área, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

No contexto das periferias, isso é ainda mais grave, já que se tratam de pequenos negócios que sustentam famílias e impactam diretamente no território e na economia local. Até o momento da publicação deste texto, não foi informado nenhum tipo de apoio econômico da prefeitura ou entidades do setor para esses estabelecimentos.

Tem um restaurante e não sabe o que fazer?

Kelly Pereira, gerente e administradora do Restaurante da Marlene, precisou fazer diversas adaptações administrativas e na limpeza do restaurante desde a chegada do coronavírus. “Intensificamos a limpeza com álcool e fechamos o buffet para que não tivesse mais clientes circulando na unidade. As marmitas já saem prontas da cozinha direto para a bolsa de entrega do Delivery, e agora adaptamos os estoques de comida de duas unidades para uma só, assim conseguimos ter mais controle dos alimentos perecíveis”, explica Kelly.

Aqui reunimos algumas dicas para você tentar adaptar seu restaurante nesse momento:

Esta reportagem foi produzida pela Énois e faz parte da parceria com o data_labe, a Gênero e Número e a Revista AzMina na cobertura do novo Coronavírus (COVID-19) com recortes de gênero, raça e território. Acompanhe nas redes e pelas tags #EspecialCovid #COVID19NasFavelas #CoronaNasPeriferias

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