NADA SOBRE NÓS SEM NÓS

Um grupo de jovens tinha um desejo de ampliar o acesso aos espaços e à informação para promover mais participação social. Era 2016 e assim nascia, no conjunto de favelas da Maré, no Rio de Janeiro, o data_labe, cujo trabalho de pesquisa, geração de dados, formação e comunicação consideraria raça, gênero e território como fatores centrais. 

Defender a visibilidade para quem geralmente é excluído, no entanto, vai além de considerar o que já experimentamos no dia a dia. É preciso convidar, acolher e garantir protagonismo a uma pluralidade de pessoas, que nem sempre estão representadas nos nossos espaços. 

Quando nos conectamos com o anticapacitismo, vimos que nosso intuito ainda não chegava às pessoas com deficiência. Então, começamos a desenvolver projetos que as tivessem como protagonistas, impulsionados pelo lema que elas nos introduziram: “Nada sobre nós sem nós”. 

O caminho para a construção de organizações anticapacitistas é longo, porém é possível, sobretudo, se trilhado de forma coletiva. Por isso, neste e-book, compartilhamos os aprendizados deste processo de mais de dois anos, durante o qual realizamos duas residências exclusivamente com pessoas com deficiência.

Acreditamos que este material possa inspirar outras instituições, veículos, coletivos e pessoas a repensar processos, reorganizar espaços e multiplicar projetos inclusivos, acessíveis e transformadores.

sumário

Neste primeiro capítulo contextualizamos como surgiu a primeira residência exclusiva para e com pessoas com deficiência. Nele você vai encontrar quais passos demos na pré-produção e como publicamos um edital acessível que chegasse ao público-alvo.

Aqui você vai encontrar quais práticas adotamos para garantir uma experiência plena para os participantes da residência, com os recursos que tínhamos disponíveis. O que você já pode tornar acessível hoje na sua produção de conteúdo?

Nesta etapa compartilhamos erros e acertos dos primeiros passos da nossa experimentação com arte na segunda residência com e para pessoas com deficiência. Confira os recursos de acessibilidade que adotamos com o grupo e nossas primeiras tentativas de apresentar dados fora do convencional.

A exclusão que percebemos no dia a dia também é contada pelas estatísticas. Confira neste capítulo os principais resultados da nossa análise sobre o mercado de trabalho e as sugestões das residentes para comunicar dados de forma mais acessível.

Menos de 1% dos sites no Brasil são acessíveis, porém existem recursos gratuitos para deixar seu site acessível. Venha conhecer as ferramentas, protocolos e práticas que você pode adotar para redes sociais, podcasts e sites.

Todo mês uma seleção braba de conteúdos sobre dados, tecnologias, favelas e direitos humanos.

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